PALÁCIO DA JUSTIÇA:
· Em 1928 este imóvel foi adquirido pelo Ministério da Justiça por 625 contos à Firma A. Amado, Lda (que entretanto o tinha adquirido aos antigos proprietários) para nele ser instalado o Palácio da Justiça;
· A remodelação foi confiada a uma comissão administrativa encabeçada pelo Presidente da Relação, Dr. Forjaz Sampaio, sob a direcção técnica do Engº Castelo Branco que enveredou pela adopção de um estilo Neo-Renascentista, em curso desde os trabalhos do Arquitecto Silva Pinto (fachadas voltadas para as ruas Manuel Rodrigues e Rosa Falcão);
· A transferência do Tribunal da Relação deu-se em 27 de Outubro de 1928 da Penitenciária para este local, com o edifício transformado em estaleiro de obras e com as fachadas rodeadas de tapumes e andaimes;
· Era política do regime saído da Revolução de 1926 – a ditadura militar, prosseguido depois pelo Estado Novo - dar uma imagem emblemática “majestosa” e “grandiosa” ás instalações dos Tribunais e de outros edifícios públicos;
· À semelhança das Catedrais Medievais onde a gesta divina era narrada na pedra, nos vitrais e nos retábulos, o novo Palácio da Justiça propõe-se inculcar uma lição de História de Portugal, de sentido épico, inspirada nos “Lusíadas”, através dos painéis cerâmicos decorativos, consignados à “Cerâmica Lusitânia” e ao grande pintor ceramista Jorge Colaço.
· Os portões são considerados a maior obra em ferro forjado no país e foram executados pelos artistas de Coimbra Albertino Marques, Daniel Rodrigues e António Maria da Conceição em 1933. No portão central existe uma simbólica figura da Justiça que teve como modelo uma filha de Daniel Rodrigues, Augusta da Conceição.
· As obras de remodelação neste período levaram á configuração exterior actual: a cerimónia solene de inauguração foi feita em 6 de Maio de 1934, pelo então Ministro da Justiça, Professor Manuel Rodrigues.
· Aqui foram instalados todos os serviços afectos á Justiça – Conservatórias; Notário; Polícia Judiciária e diversos Tribunais;
· Em 27 de Abril de 1959 foi inaugurado o salão nobre pelo Ministro da Justiça, Professor Antunes Varela; o projecto decorativo foi feito pelo Arquitecto Amoroso Lopes que incluiu a reconstrução do tecto (substituído por caixotões de madeira com frisos dourados), o revestimento das paredes com panos de damasco vermelho e paramento de madeira, um grande lustre de cristal e uma tapeçaria encomendada ao pintor Guilherme Camarinha representando as Cortes de Coimbra de 1211. No mesmo dia foi inaugurada no mesmo local uma exposição bibliográfica dos trabalhos relativos ao código civil de 1867 (código Seabra) e do futuro código civil (1966);
· Na actualidade os únicos serviços aqui existentes são o Tribunal da Relação de Coimbra e as Varas Mistas e Juízos Criminais.